Cachaça de Morretes comemora um ano de Indicação Geográfica
Em dezembro de 2023, a cachaça de Morretes completou um ano desde que recebeu o selo de Indicação Geográfica (IG) na modalidade Indicação de Procedência, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Esse reconhecimento destaca não apenas a qualidade da bebida, mas também sua relevância histórica e cultural. Produzida artesanalmente, em uma das regiões mais pitorescas do Paraná, a cachaça de Morretes agora se consolida como um símbolo de autenticidade, atraindo consumidores e especialistas do Brasil e do exterior.
Três alambiques da região receberam a IG. São eles: Casa Poletto — Ouro de Morretes, Porto Morretes e Magia da Serra. O processo teve início em 2020, mas é longo e necessita de muita atenção. A condecoração chegou apenas no ano passado.
A tradição da cachaça de Morretes e a sustentabilidade como essência

A história da cachaça de Morretes remonta ao século XVIII, quando os primeiros alambiques foram instalados às margens do Rio Nhundiaquara. Esses pequenos engenhos artesanais transformaram a região em um dos polos de produção de aguardente no sul do Brasil. Hoje, os produtores locais seguem preservando essa herança, combinando técnicas tradicionais com práticas sustentáveis.
A cana-de-açúcar cultivada na região, beneficiada pelo clima úmido e pelo solo fértil da Serra do Mar, é fundamental para a identidade da bebida. Seu alto teor de açúcar facilita o processo de fermentação natural, enquanto a destilação em alambiques de cobre assegura um sabor único e refinado. Além disso, muitos alambiques adotam iniciativas de reutilização de resíduos, como o uso do bagaço da cana como fertilizante orgânico, reforçando o compromisso com o meio ambiente.
Turismo e economia ganham impulso com o selo de qualidade
A conquista da Indicação Geográfica não só eleva a reputação da cachaça de Morretes, mas também impulsiona o turismo e a economia local. Com o selo, os alambiques se tornam destinos procurados por visitantes interessados em aprender sobre o processo de produção e em experimentar a bebida direto da fonte. Tours guiados, degustações e até workshops de harmonização com pratos típicos tornam-se atrativos para turistas que buscam uma experiência autêntica.
Essa movimentação gera impacto direto na economia da cidade, criando oportunidades para pequenos produtores e fortalecendo a rede de negócios locais, como restaurantes, pousadas e lojas de artesanato. A valorização da cachaça como um produto cultural ainda contribui para a preservação das tradições e para a promoção do turismo sustentável.
Futuro promissor para a cachaça de Morretes
Com a Indicação Geográfica, os produtores da região vislumbram horizontes mais amplos. O selo não apenas garante a autenticidade da cachaça, mas também abre portas para a expansão no mercado nacional e internacional. Aumenta a confiança do consumidor e atrai investidores e distribuidores interessados em parcerias com marcas que prezam pela qualidade e pelo caráter artesanal.
Além disso, iniciativas de marketing e divulgação buscam posicionar a cachaça de Morretes como referência entre as bebidas destiladas brasileiras. Em paralelo, os alambiques locais seguem inovando, com lançamentos de rótulos especiais e projetos que dialogam com a crescente valorização dos produtos artesanais e de origem controlada.
Com o selo de Indicação Geográfica e a união dos produtores em prol da tradição e da sustentabilidade, a cachaça de Morretes caminha para se firmar como um ícone da cultura brasileira, conquistando paladares e mercados ao redor do mundo.
Com informações e fotos da Agência Estadual de Notícias — Paraná.